Problemas de consciência, palavras que ficaram por dizer, por escrever, e pensamentos que ficaram presos às pedras por onde passei. Não me atormenta o que poderá vir, mas sim o que está agora, o movimento que faço com o nariz cada vez que penso e repenso. Se o som aumentar e diminuir aleatoriamente, tudo vai caber dentro das pequenas caixas que acompanham a bagagem que levo a meu lado. O sol desce, volta a subir, e o número dez soma-se a mais uns tantos. A única rede que aguenta o meu peso passa a ter doze espaços entre cada outro espaço, e o ponto de interrogação chega, chocado e perplexo com o que o seis lhe disse. Após um longo período de dúvida, o som é fechado e tudo aquilo que tinha dentro de mim, os sonhos, os pensamentos, o peso e a saúde, tudo desaparece e se transforma num simples ecrã exposto na montra de uma loja antiga, numa esquina das ruas de uma cidade esquinada. Apontarei o dedo ao ponto preto no espaço branco.

5 comentários:

  1. Esse espaço branco, há tanto tempo que andas à procura dele (e eu também). E como esse ponto fica também nesses locais, em casas de paredes por pintar e janelas de madeira.
    Mais uma vez, adorei. As mãos, o relógio,... a simbologia que aí está e a forma como colocas-te. Incrível mesmo. :D

    (Pois, não sabia que estavas em exames ainda. Fazes bem estudar tanto, boa sorte)

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  2. Muito engraçado,gostei das personagens, e do espaço em branco também, ( Muito tarde para fazer um posto não?) xD

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  3. tudo desaparece e se transforma. ponto.
    je t'aime :D

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  4. está bem bonito maria.
    esse espaço branco.
    beijinho

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