são a beleza que toma a palavra errada e o puro prazer mundano que deviam tomar conta de cada suspiro e preocupação. se correr uma estrada recheada de obstáculos te faz feliz, corre-a, mesmo que possas correr riscos, mesmo que chegues a morrer. corre, porque é esse momento que guardarás para sempre, que terá um significado incondicional. se pensares bem, cada preocupação que tens significa um abalo àquilo que devias ser, um atentado ao que ambicionas. larga pesadelos e olha para o que de belo tens ao teu lado, à tua frente e atrás de ti. tenta apanhar cada pedaço de beleza que conseguires e fá-lo até te sentires repleto de sonhos e ultrapassado por tudo o que te rodeia.
uma folha de papel que não pode ser escrita, que foi fechada a sete chaves, coberta por telhas antigas. se, se, se, odeio ses escritos. desci os três degraus que se aclaravam pelo céu que agora me cobria, cheguei ao chão e suspirei de alívio - cresci. não cresci em altura ou idade, os meus sentimentos cresceram do positivo para o negativo, diminuiram. senti essa chegada, sorri e aceitei como um pássaro aceita não poder cantar quando o bico se estraga. quando quis gritei, ouvi passos chegarem, cantei gargalhadas, senti arrependimento, caminhei uns minutos e, agora, voltava atrás. sim, voltava.
recordei a sentinela que me chamava em cada manhã cerrada que se erguia na vila. o cheiro a rosa nascida e o sabor da terra que se alugava às outras, fez-me calçar mais rápido e correr atrás dos pássaros que me deixavam segurar-lhes as pétalas e cobrir-lhes os olhos de sonhos. depois de conseguir subir a última escada, senti que era ali o meu espaço, onde podia expressar toda a liberdade a que o meu corpo me obriga a cada segundo que passa. sinto que naquela, a última, estavam todos os elementos que uso quando escrevo, quando leio ou medito. ali me sentei, e agora escrevo com as marcas de um sonho que não existiu.
é estar parada e voar também. gostava mesmo de conseguir estar, agora, que escrevo, de olhos fechados. para poder transmitir melhor cada sensação. vou fazê-lo, quero erros hoje. regressando às penas e às folhas, colocando-me na vida e na segurança delas, sinto que voo e que nego qualquer tipo de dor. sabe bem estar assim, viver assim. sei que o dia chegará, todos os anos chega, todos os anos perdura mais do que um minuto. este ano, que tem um só segundo, quero voar e sentir a nuvem mais aroxeada que alguma vez pôde existir. se me negarem ou mandarem parar, continuarei. quem julga saber tudo do céu, não sabe metade se não correr assim, com penas nos pés e folhas nos olhos. sabe tão bem, essa coisa de voar. deixas-me? eu prometo que são só mais uns instantes, só hoje, agora, neste segundo. prometido.
hoje é o dia em que vamos sair com uma cor permanente, forte e azul. vamos subir cada escada do arco-íris, amar cada amante e correr atrás de todos os pirilampos que decidirem seguir-nos, que tentarem agarrar-nos as pontas dos dedos dos pés. prometo que te darei a tal pétala, o tal sonho e essa mesma história. não sei quem és, para quem falo, mas tens estado aí e senti necessidade de te oferecer estas palavras, de te dar a conhecer as pontas dos meus dedos, o meu sorriso parvo e, mais, quero que toques naquela palavra de que falámos - diz por favor. não é feio implorar, eu sou feia e imploro. preciso de ti, ó alguém.
nunca gosto de ser clara no que escrevo, ele sabe disso. mas desta vez vou fugir ao que gosto e passar realmente o que senti quando li tanta admiração pelo que faço em tão poucas linhas, escritas por uma pessoa que me encoraja a fazer coisas diferentes e que sei que um dia terei coragem para poder errar ao fazer.
para começar, quando li o nome do meu blog no título senti-me deveras orgulhosa, uma vez que, normalmente, os títulos dele nunca são o principal do que escreve. depois, cada palavra que escreveu encorajou o regresso completo a este espaço. não sei porquê - falta de tempo é metade de uma desculpa - mas deixei de escrever tanto, de passar o que se resume a imagens para verdadeiras letras. no último post que cá tinha, de uma quarta-feira, de há muito tempo, fez um comentário a pedir indirectamente que escrevesse. e foi o que fiz, no preciso momento em que li o comentário - escrevi sobre o que nos últimos dias mais me faz pensar e mais me tem envolvido em mares de sinopses. soube-me bem e as saudades disto diminuiram.
voltarei a escrever.obrigado, Nuno R.
para começar, quando li o nome do meu blog no título senti-me deveras orgulhosa, uma vez que, normalmente, os títulos dele nunca são o principal do que escreve. depois, cada palavra que escreveu encorajou o regresso completo a este espaço. não sei porquê - falta de tempo é metade de uma desculpa - mas deixei de escrever tanto, de passar o que se resume a imagens para verdadeiras letras. no último post que cá tinha, de uma quarta-feira, de há muito tempo, fez um comentário a pedir indirectamente que escrevesse. e foi o que fiz, no preciso momento em que li o comentário - escrevi sobre o que nos últimos dias mais me faz pensar e mais me tem envolvido em mares de sinopses. soube-me bem e as saudades disto diminuiram.
voltarei a escrever.obrigado, Nuno R.
castelo branco
nada tem a ver com as nuvens que passam num dia de sol - essas passam, não deixam marca ou recordação. estou a falar do próprio sol que, em demasia, continua a saber bem, continua a deixar a sua marca, a sua palavra. foram muitos dias, muitos momentos que plantaram uma pequena flor em cada vaso que nada nos seus corações. guardo dentro de mim cada casamento, cada nó e cada desacato. limito-me a olhar para trás e a reviver ao pormenor os seus sorrisos, que alimentaram todos os dias em que acordei viva. quando acordei morta, fizeram de tudo para encher a minha pessoa de sorrisos e vivências que hoje guardo dentro de mim. amo-vos vida.
[desculpem não andar a comentar. apenas tenho lido, nem escrever para mim tenho conseguido]
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