estrada

era mesmo um sonho meu, algo por que dava tudo. escrevo uma história agora, a de onde tirei o último pedacinho que coloquei aqui, e revejo-me na personagem que criei. a rapariga já de vinte anos que agora se cinge ao mundo. já passou por muitos sítios, viveu mais nesses dois anos do que na vida inteira. ainda que nova, sabe mais que o próprio avô, sente mais que ele; liga mais ao pormenor do que o geral. eu gostava de poder sentir como ela, viver como ela. largava tudo - família, amigos, casa, país, e fazia com que apenas a estrada me guiasse. via a vida do rapaz da China, observava o pé do de França e mimava a doce pequenina que vadiava, como eu, no cimo de uma colina de África. acho que com esse pouco me contentava para a vida inteira.

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