Deixa-te de coisas. Deixa-te consumir pela monotonia da vida, pelos olhos verdes, pelos fumos indecisos, pelas telhas desprezadas e pelas casas condenadas. Deixa-me jurar-te que um dia vais ter os pés embrulhados nesse papel escabroso e que vais estar seguro ao chão que sempre viste de longe. A vida é um dia, o sol enfraquece na metade e as luzes apagam-se quando o que ideavas ser não está contigo. Morres quando o rosto se macula, sentes quando o coração se castiga e o lume se apaga. O verniz acabou e o vermelho desapareceu, a pele domina-te a hesitação e apercebes-te que és o que querias ser mas não tens o que querias ter.
Ninguém é quem queria ser, eu queria ser ninguém.
Ninguém é quem queria ser, eu queria ser ninguém.
Ao menos que apesar de todas as falhas fossemos sempre alguém que gostassemos de ser, nos sentissemos completos, mas também talvez assim não teriamos vontade de ter mais, de estar noutro plano...
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