sentir ou ser

o mundo salvaguarda-se quando se diverge em pedaços de terra e de sonhos. todos vivemos de sonhos. eu aprendi a conciliar as duas coisas. aprendi a saber ver a realidade, habituei-me a não viver num mundo pintado com as cores que quero e a saber tirar partido de todas as pessoas que crio dentro de mim. cada um é como é e cada um toma as suas escolhas. embora umas menos acertadas, todos temos esse direito e esse dever. todos temos de saber o que agarrar ou o que largar, porque se não soubermos acabamos por perder confiança não só naquele que queremos agarrar, como também no que largámos e nos podia ensinar tanto sobre um mundo completamente fora do nosso, fora do real - um mundo recheado, cheio. de quê? de natureza. cheio de campos onde flutuar, cheio de nuvens onde deitar, cheio de sonhos onde viver.
nada real pode ser cor-de-rosa, nada real pode ser imaginado. há imagens desfocadas, imagens sem sabor, sem paladar e sem um único ruído. essas são as melhores, as que mais guardo na alma, as que mais me tocam e me deixam mais tempo adormecida. mesmo por não ser capaz de as ver nitidamente, são como um desafio que me ponho, mas que não resolvo. sabe bem vê-lo apagado, sabe bem mordê-lo assim - sem exactidão. aprendi a aproveitar esse recheio no meu mundo, mas de uma forma conciliada e moderada para, assim, poder ser feliz. não sentir-me feliz, ser feliz.

3 comentários:

  1. A sabedoria está em saber olhar para as coisas simples com admiração. È isso mesmo, meio caminho andado para ser feliz. O resto, já depende da forma como se olha.

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  2. toda a felicidade comporta um pouco de tristeza, porque a verdadeira felicidade é aquela que devora a tristeza e faz dela algo bom.
    foi assim que me ensinaste sempre. a dar uma gargalhada mesmo quando a casa se desmoronou.

    amo-te quer seja eu, quer me sinta eu. és linda *

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  3. não teria dito melhor (:
    tens mesmo muito jeito*

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