Disfarce

De um momento para o outro vejo-me fugir. Como quando passamos por um candeeiro, aparentemente abandonado na estrada, em que a nossa sombra desaparece à medida que nos aproximamos.
Essa estrada transforma-se então no caminho que vou formando à minha frente e, sem perceber, enquanto o tempo corre sinto-me mais distante de mim própria, a ignorar aquilo que sei que tenho de completar, só para poder aguentar mais uns instantes que se transformam num para sempre. Mas é esse ignorar que traz os momentos mais delicados, que mais me ficam junto ao coração.
Ter de fingir que estranho isto é mau, mas não sou capaz de não passar por cima de certas coisas. Tenho de gozar o conjunto de emoções que se formam no rosto da vida.

5 comentários:

  1. adorei. tu escreves muito bem e já devias ter mostrado isso mais vezes :) gostei da analogia com o candeeiro.

    amo-te *

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  2. Não te preocupes em fingi-las, lembra-te apenas de senti-las. È isso que torna uma pessoa mais rica.

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  3. em relação ao teu comment:
    (uma infância, como um quadro) :D
    Sim, imagina, lá sim, inteiramente livre

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  4. apenas a Natureza e os seus contornos nos fazem realmente sonhar. não sei que cor têm a Liberdade, que objecto a representava melhor, que gosto lhe pertence. mas sei, que decerto, nada seria mais apaioxanante.
    Pinta-a, com todas as cores que o vento tem...

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  5. Já dizia o outro que ao vivermos estamos a desenhar sem borracha... e é verdade. Não podemos desperdiçar a vida presos em episódios que aparecem esporádicamente. Devemos aprender com eles de modo a poder vivenciar melhor o seguinte.
    A vida são dois dias, e depois desta não existe mais nenhuma.

    Gosto da tua escrita
    beijinho Cristóvão

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