Tudo começa por uma linha que ainda não conheces ao certo. Não sabes onde vai, quem leva à sua frente e quem carrega às costas. Após te acenarem e te contarem um segredo desmedido e inimaginável, sorris e, sem pensar duas vezes, aproveitas a dobrar a sensação de ver algo tão brilhante e grandioso. Vês almas perdidas passarem à tua frente, nadarem sem qualquer afogo, nus de preconceitos e, ao enxergares, apercebes-te do tamanho que algo escuro traz consigo, a impaciência com que passa por ti e a forma como foge até ao mundo onde já não apareces. O claro chegou e fica para te atormentar e para te dar ordens às quais nunca pensaste não te opor. A melhor opção? Levantar os braços como o precioso fez e olhá-los de lado, sem pensar o que podem achar de ti, sem olhar a prejuízos ou superstições. Limita-te a deixá-los partir, navegarem até esse mundo desconhecido; quando se esquecerem do que são, do que trouxeram, do que deixaram para trás, vão voltar atrás e repetir outra vez, e outra vez, e outra vez.